quinta-feira, novembro 30, 2006
Tom Waits: não sou um conhecedor da enorme obra de Tom Waits, sou fã desde que vi um documentário sobre ele e a sua participação na banda sonora de um filme qualquer. Achei genial  mas há artistas que, tendo um currículo tão vasto, quase que apetece fazer de conta que não os conhecemos para não ter de ouvir tudo o que fizeram de bom. Ainda assim, apeteceu-me ouvir o novo de Waits. Orphans: Brawlers, Bawlers & Bastards é uma colecção de canções, novas e antigas, que nunca, até agora, tinham visto a luz do dia num disco. São três cd's, aproximadamente três horas de música, que se ouvem calmamente num qualquer bar manhoso às tantas da madrugada com um copo de mau whisky na mão e se fuma qualquer coisa. Só se pode ouvir assim! A genialidade da sua música reside nisso mesmo: no facto de nos transportar automaticamente para aquele cenário e nos atirar para um transe de blues ébrio e de experimentalismos maníacos de onde é quase impossível fugir não parando a música. O auge deste enorme charro que é Orphans: Brawlers, Bawlers & Bastards é o segundo disco (Bawlers): mais calmo, mais melodias ao piano, às vezes só ao piano, mais melancólica rouquidão de poesia alcoólica longínqua, perdida nos píncaros das melodias vindas directamente das profundezas da alma blues/country/folk/jazz que é a garganta de Tom Waits. O primeiro cd é irreverente: mais guitarras mais movimento. O terceiro mais poético, incluindo uma versão de King Kong de Daniel Johnston (artista mais que publicitado neste bordel virtual). Os três formam, sem qualquer dúvida, um dos melhores álbuns deste ano e transactos. Daqueles que apetece ouvir para sempre. Às vezes é mesmo pena não ter um leitor de cd's na cabeça ou uma OST para toda a vida (e não me digam que leitores portáteis são a mesma coisa!). 
Alexandre 22:37
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domingo, novembro 26, 2006
!: sei que sou um inadaptado por natureza. Sei que a actual "música da moda" não é mais do que um monte de sons que até teriam piada se fosse caso para rir. Sei ainda que as discotecas (o nome "discoteca" por si só já é muito mau) da moda no Porto são espaços que já nada têm a ver com música. Sempre se ouviu música má nessas discotecas mas, com trezentos e cinquenta raios, quem foi que disse que o "funk brasileiro" está na moda?? E chamar àquilo funk? É o cúmulo da presunção!! Se fosse realmente funk era bom... E os tipos todos de t-shirt sem mangas e crista no cabelo? E as tipas todas de camisolas às risquinhas brancas e pretas? Isto das modas está a tornar-se ridículo... Que bom que ainda vão existindo espaços alternativos a estas "vanity fairs". "Baile Funk" brasileiro? Porque é que só importamos o que é mau? "Rainha do Funk"? "Da-se", coitado do James Brown...
Alexandre 16:02
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quarta-feira, novembro 15, 2006
Começou há tempos a passar na televisão aquele que é muito provavelmente um dos melhores videoclips já feitos para uma banda portuguesa:
Moonspell- Luna
PL 11:26
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sábado, novembro 11, 2006
Pequeno prazer... Chegar a casa ao fim de semana e ter um embrulho à minha espera: o novo álbum dos Isis, o novo DVD dos Isis e o novo álbum dos Angra. Isto para não falar do novo DVD dos Dream Theater no mês passado. Ainda não os devorei, mas deitam cá um cheirinho...
PL 20:26
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domingo, novembro 05, 2006
Raro reconhecimento
Os Moonspell ganharam o prémio MTV para melhor banda portuguesa, situação esta que tem o seu quê de "Lordi ganharem a Eurovisão". Só é pena que o comentador de serviço não tenha sido um senhor chamado Eládio Clímaco.
PL 16:53
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quinta-feira, novembro 02, 2006
Ouvidos calibrados para:
Beck - The Information Não gostei de Guero. A faceta low-blues e downtempo de Beck sempre me fascinou mais. Sea Change é para mim genial. The Information tem de tudo. Estará, em termos estéticos, algures entre os dois discos citados anteriormente. Não é um só estilo porque isso não é Beck. É uma mescla de canções que podem flutuar entre hip-hop, funk e puro pop mas sempre com um sentido estético apurado (Nigel Godrich, produtor de Radiohead e Thom Yorke, continua com Beck neste disco) e sempre surpreendente ao longo das 15 faixas.
Camera Obscura - Let's Get Out of This Country Semelhanças com Belle and Sebastian? E depois? Não poderiam ter melhor influência. Sim, porque as semelhanças resumem-se a influências neste disco dos Camera Obscura. As melodias childish-pop associadas ao liricismo natural criam uma dezena de músicas que formam por si só um ansiolítico que pode ser tomado a qualquer hora sem quaisquer contra-indicações (trocadilho do mais parolo que pode haver, eu sei!).
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