terça-feira, junho 29, 2004
Grande, feio, verde, porco, mal educado e... com bom gosto musical
Geralmente as películas de animação possuem bandas sonoras que realçam o significado da palavra "piroso" (Rei Leão, anyone?). Paradoxalmente, não raras vezes são mesmo essas supostas bandas sonoras que ganham os mais importantes óscares, o que sempre me ficou bem entalado na epiglote. Mas muito satisfeito fiquei ao ver um filme animado com uma banda sonora que simplesmente está a milhas de qualquer outra (a não ser do filme que a precede). Falo claro da película Shrek 2 (acabadinha de visionar no DVD cá de casa... pensavam porventura que não teria auto-estima ao ponto de a ir ver ao cinema?) que mui agradavelmente me surpreendeu a nível sonoro (sim, sim, o primeiro sempre tinha Hallelujah mas também apareciam com grande destaque Smash Mouth...). As vozes como sempre exemplares mas mal começo a ouvir Changes, original de David Bowie fase Glam, a certa altura no desenrolar da história começo a aperceber-me que outras surpresas agradáveis me esperariam mais à frente, a nível musical. E passados parcos minutos entra em cena uma das melhores canções de sempre sobre Gente: People Ain't No Good, original de Nick Cave & The Bad Seeds (também gravada por Lloyd Cole). Seguem-se Pete Yorn, Dashboard Confessional e o sempre sublime Tom Waits, só para citar alguns. Até abafam pontuais equívocos (como uma certa música de Ricky Martin mesmo no final). Mas hey... como dizia Roger Rabbit, "No mundo dos cartoons tudo é permitido". E se for a bem da diversão e puro gozo... who cares? Em 19 letras: deveras recomendável.
Anónimo 02:34
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segunda-feira, junho 28, 2004
(In)Sucesso Escolar
Ultimamente tenho estado deveras entusiasmado com uma instantânea obra prima de uma área musical que só muito raramente me provoca tal agradável efeito: do Hip Hop. E que artista será esse, que me conseguiu agarrar pelos tomates, musicalmente falando? Kanye West de seu nome, The College Dropout a sua obra. Exemplar quer na ruptura com o Hip Hop actual como no casamento com roupagens sonoras já instituídas, mas exemplarmente utilizadas. Slow Jamz é já uma das músicas não oficiais de Verão deste indulgente. Uma pérola, que prova que este ano o regresso a álbuns conceptuais nos oferece do melhor que se pode ouvir actualmente ( A Grand Don't Come For Free, dos The Streets, e i dos genialíssimos Magnetic Fields constituem com The College Dropout um trio de ouro da prematura colheita de 2004).
Anónimo 00:43
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The King returns to his throne: Parece estranho falar-se em reis numa altura tão triste (yupi!! confetis anyone??) da história política portuga. História essa que, ao que parece, vai por a milhas o maravilhoso cherne, que prepara-se para ser pescado por outra traineira (thank god!). Mas o que realmente interessa são os reis. Os nórdicos de sangue azul Kings of Convenience cujo novo trabalhinho já anda por aí, perigosamente, à solta... E perigosamente bom como os anteriores, ou até melhor, Riot on an Empty Street é como que um suspiro, um suspiro de satisfação que se propaga pelos lobos temporais do nosso encéfalo de forma tão... smooth (em inglês esta palavra soa bem melhor) que torna impossível não cantar as melodias que os dois noruegueses vocalizam... Do país do bacalhau além do lindo peixinho vem também uma linhagem real de qualidade... God save the Kings!
Alexandre 00:35
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terça-feira, junho 15, 2004
O que se tem ouvido pelas terras do pouco comum ...
Bem, pelas terras do alternativo teem-se ouvido ( com pouca fartura é certo ), perolas e outros espécimes que seria ridiculo dar a porcos.
Dois desses espécimes são albuns dados a conhecer pelo programa "Grande Sofa" da Antena 3, um deles é o album "Take a Ride" do produtor Rodney Hunter, "um misto de Eletrónico com ritmos latinos" do qual o tema "Take a Ride" se destaca, um bom album para viajar, dar umas voltas introspectivas e ao mesmo tempo, um bom album para descontracção para ouvir numa esplanada no Verão. Outro album "extraido" do Grande Sofa, foi o cd de Mocky, um album experimental, um album de pensamento, pode-se dizer, um bom album de estreia deste artista.
Depois do Superbock Super Rock também tenho vindo a explorar melhor uma banda, NERD, mais concretamente no seu álbum "Fly or Dye". Os NERD deixaram o pessoal do recinto do Superbock Super Rock, com "fome de mais", pois tiveram uma boa actuação, eu pessoalmente não fui ver a actuação, mas segui por rádio, e mais tarde por diferido e achei que tiveram um actuação forte. Assim como a produção do seu álbum.
De resto tenho seguido 2 albuns com alguma atenção, 8Ball & MJG "Living Legends", um bom album de Hip-Hop Norte-Americano, apesar de ser mainstream quanto baste recomenda-se, mais pelo valor artistico destes 2 Mc e por algumas participações de P.Diddy. E "Madvillainy", um projecto do duo Madvillain, constituido pelos lendários Madlib e MF Doom, um projecto com uma temática que passa pelas histórias de Super Heróis de banda desenhada, mais concretamente Super Vilões, 2 sons que se destacam são "Supervillain" pela sua carga de dramatismo e essência num breve som, e "All Caps" o single do album que também se destaca no álbum. Surpreendente !
Navegando por feiras de discos e pela Net, descobri recentemente uma pérola, o tema Madlib "6 Variatons of Rain", um instrumental, com uma história, uma musica bastante brilhante e inspiradora.
Resumidamente é isto que vos tenho para dizer, a minha indulgência está paga.
Paz,
Alvez
Anónimo 21:27
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quarta-feira, junho 09, 2004
Qual crise?? Pois é amigos portugueses... Embora o cherne baixinho que se faz passar por primeiro ministro (pff... será que alguém acredita?)nos tenha dito há uns tempos que estávamos em tempo de crise económica, tempo de contenção, de pagar milhares a um gestor público (ups... isto não era para se dizer!) essa crise parece não ter chegado às diversas organizações de festivais +/- rock de Verão. Para os mais distraídos aqui o bazar de indulgências vai enumerar os eventos musicais que se passarão este ano (tendo em conta que o Verão ainda não se inciou). Ora bem comecemos pelo festival-novidade que fará o Dragão fumegar de alegria. O Festival do Dragão realiza-se de 16 a 18 de Julho e tem como nomes sonantes Iggy Pop, Darkness, Bowie e Deep Purple. Vilar de Mouros, de 15 a 18 de Julho, conta com nomes como Chemical Bro., Peter Gabriel, The Cure, PJ e Dylan. Sudoeste vem pouco depois apresentando Air, Franz Ferdinand, Dandy Warhols e Kraftwerk, de 5 a 8 de Agosto. Entre 17 e 20 de Agosto acontecerá o Paredes de Coura, este ano com The Roots, MC5, Howe Gelb, Scissor Sisters, Black Rebel Motorcycle Club entre outros... O Festival 100% tuga do Tejo vai apresentar, de 23 a 25 de Julho, grupos como Xutos, Clã, Fonzie, Yellow W Van, Mão Morta, Loto, etc.. No Meco a 10 de Julho actuarão Moloko, Matthew Herbert, Jazzanova, Otto e muitos mais mestres da eléctrónica...
Além de toda esta chuva tempestuosa de festivais haverá ainda o Cerviçais Rock, O lendário Ilha do Ermal (Nickleback lembram-se?), o festival das Dunas de S. Jacinto e outros regionais que farão vir ao nosso país outros nomes de alguma forma imprtantes no contexto musical actual...
Com toda esta diversidade, quantidade e também qualidade e já não falando do Rock in Riacho nem no Super Bock (e viva a UNICER) pergunto-me por vezes: "Mas, senhor peixe Dr. Cherne e senhora Dr. Ferreira Roubó-Leite a crise não chegou à música? Como é que há tanto público para tudo isto? Olhem se a música fosse cultura, com IVA justo pois claro, quantos discos se venderiam?" Pois é... pois é... será que o escamoso mal-cheiroso cherne vai abanar as suas barbataninhas nalgum destes festivais? Esperemos que não, ainda nos acaba com a cerveja...
Alexandre 00:32
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sexta-feira, junho 04, 2004
Sem Rei nem Rock
Como bom indulgente musicalóide que sou, lá terei de falar do Rock(?) in Rio Lisboa. Há muito que perdi esperança neste povo lusitano, duro d'ouvido, e o nosso país irmão, o Brasil, parece que não fica atrás. Alguém me explica o que Rui Veloso tem a haver com Rock, nos últimos 20 anos? E que raio estavam lá os Seether ou lá como se chamam os moçoilos (por mim até nem lhes ficava mal o nome de Nirvana Clones ou Lack Of Any Damn Originality), e os Evanescence (idem aspas)? E ainda por cima (passo o polissíndeto) haverá explicação lógica (exceptuando a lógica das massas) para os Evanscence terem sido aclamados quais messias do Rock e os Kings Of Leon (que mais perto desse epiteto andam) terem quase passado despercebidos? Ressalve-se uma última deliciosa idiossincracia, da mais fina ironia (inconsciente, penso): Evanscence a tocarem uma cover da Zero dos Smashing Pumpkins. E está tudo dito.
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